quarta-feira, 24 de outubro de 2012

ESCOLA NAVAL

Fazer "past"neste texto, para ler o discurso do Almirante CEMA
Agradeço a todos os que quiseram honrar-nos com a sua presença, em especial às entidades externas que fizeram questão de aqui estar hoje, testemunhando esta cerimónia que valorizamos muito na Marinha, a que tenho o gosto de presidir.
A Escola Naval representa o berço de todas as gerações que comandaram, comandam e comandarão a Marinha nos vários níveis de decisão, servindo de ponte entre o passado de que muito nos orgulhamos e o futuro de modernidade que perseguimos. É uma escola de mar, caraterizada por uma excelência académica que muito nos orgulha, mas é também uma escola de virtudes, de exemplos e de valores. De facto, na Escola Naval aprende-se e cultiva-se o sentido da responsabilidade e da disciplina e cimentam-se os valores morais e éticos tão essenciais para o desenvolvimento da sociedade portuguesa dos dias de hoje. Por tudo isso, a Escola Naval acaba por ser uma verdadeira escola de vida, formando em todas as dimensões cidadãos úteis ao País, quer enquanto militares e marinheiros, quer fora da Marinha.
A coexistência de 3 vertentes de formação distintas – como marinheiros, como militares e como técnicos superiores – tem sido delicada de gerir ao longo dos tempos, numa constante procura do correto equilíbrio entre estes 3 pilares essenciais ao desempenho futuro dos oficiais da Armada. Porém, a Escola Naval tem sabido – em ligação com as escolas homólogas dos outros ramos – integrar-se no sistema de ensino superior nacional e a dosear a experiência universitária com a vivência técnico-militar, servindo o país com o espírito do sempre presente lema da Marinha “A Pátria Honrai que a Pátria vos Contempla”.
Na sequência do que acabo de referir, a entrega do Comando da EN é uma cerimónia extremamente significativa, já que formaliza a passagem de uma herança muito marcante para o presente, mas acima de tudo muito importante para o futuro.
Senhor Almirante Seabra de Melo,
O despacho de concessão de medalha que acabámos de ouvir é revelador da forma como apreciei o seu desempenho ao leme desta instituição durantes estes dois anos e meio. É um oficial general de elevado mérito e de quem a Marinha ainda muito espera.
Muitos dos Cadetes em parada só conheceram a Escola Naval sob o seu comando e certamente que recordarão a sua capacidade de liderança, o seu carisma, o seu empenho e o seu espírito de concretização, bem patentes nos resultados escolares obtidos e na obra nte dos destinos desta instituição, cuja história se confunde com a história do próprio País. Agradeço-vos o excelente trabalho e exorto-vos a prosseguir na rota traçada.

Senhores Aspirantes e Cadetes,
A Marinha, tal como o país, está em profunda transformação. As dificuldades económicas têm um impacto profundo em todos nós, mas não poderão ser encaradas com desânimo. Antes pelo contrário. Deverão ser encaradas como um desafio à nossa capacidade empreendedora e à nossa resiliência. É nossa obrigação fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para ter uma Marinha melhor.
Todos temos os olhos postos em vós, na esperança que sejais os continuadores de tantos ilustres marinheiros que pisaram este mesmo chão, que fizeram o mesmo percurso e que se engrandeceram numa postura de serviço que sempre foi nosso apanágio e que queremos que assim continue para bem da Marinha e de Portugal. O trabalho que aqui for feito terá eco no vosso futuro, como homens ou mulheres e como militares, levando para a vida profissional os valores, as perícias, os conhecimentos e as virtudes que sempre caracterizaram os filhos desta casa.
Compete-vos, nesta fase, tirar o melhor partido do que esta Escola vos oferece para que a vossa chegada ao mar como oficiais constitua a realização do sonho de cada um e uma mais-valia para a Marinha, em todas as suas vertentes, designadamente como ramo naval das Forças Armadas – tradicionalmente conhecido como Armada – mas também e com igual importância nas restantes vertentes de serviço público não militar, de que releva a Autoridade Marítima, ou outros cargos fora da matriz interna a que serão certamente chamados a desempenhar.que deixa feita. Destaco a consolidação do processo de Bolonha, de que resultou a formação dos oficiais e cadetes com o grau de Mestre, a maior abertura da Escola Naval ao exterior, que tem como exemplo os protocolos com Universidades e outras Instituições, quer nacionais quer internacionais, bem como a obtenção da carta ERASMUS, a consolidação das Jornadas do Mar, e ainda, a crescente operacionalização do Centro de Investigação Naval – CINAV, dando continuidade a um projeto iniciado em 1998.
Muito obrigado, em nome da Marinha, pela sua dedicação a esta nobre Casa e pelo seu excelente trabalho.
Senhor almirante Bastos Ribeiro,
Ao escolhê-lo para desempenhar o cargo de Comandante da Escola Naval, fi-lo porque o conheço bem e por saber que possui as perícias, conhecimentos, determinação e sensatez necessários ao cargo que agora passa a ocupar.
Num momento de constantes mudanças e múltiplos desafios, estão em jogo importantes processos com impacto estruturante na Marinha, processos esses que exigirão do Sr. Almirante uma total dedicação, espirito de abertura, dinamismo, capacidade de influência e especial acutilância, numa conjuntura que se mantém extremamente complexa e incerta, própria de uma sociedade em muito acelerada evolução.
A EN tem por missão formar os oficiais da Armada, habilitando-os ao exercício das funções que estatutariamente lhe são cometidas, conferir as competências adequadas ao cumprimento das missões da Marinha e promover o desenvolvimento individual para o exercício das funções de comando, direcção e chefia.
É na formação como militares, como cidadãos e como homens do mar, incutindo os genes marinheiros que aqui se respiram, que reside o dever inalienável desta Escola, que teremos sempre de preservar por ser indispensável à existência de uma Marinha com as características ímpares que nos distinguem.
É por isso que defendemos determinantemente que de nada nos serviria dispor de técnicos superiores qualificados que não olhem para o mar como o seu elemento natural. Contudo, também serviria de pouco ter marinheiros que, na sua aprendizagem posterior, de carácter conjunto, não ombreassem com os melhores nas áreas do conhecimento que são características da profissão militar. É no justo equilíbrio entre estas duas vertentes que poderemos afirmar a Marinha no seio de uma sociedade cada vez mais competitiva.

Senhor Comandante da Escola Naval,
Compete-lhe, também, consolidar a Escola Naval como estabelecimento universitário militar e como escola de mar de excelência, incrementar e fortalecer ainda mais os laços com outras instituições, militares e civis, nacionais e estrangeiras, e aprofundar a ligação à comunidade civil, nomeadamente ao meio académico. Ao mesmo tempo, terá que preparar o corpo docente, as infraestruturas e o apoio pedagógico para as exigências que a missão e as funções da Marinha impõem, bem como para a exigência que o Mestrado e, muito em breve, em associação com outras universidades, o Doutoramento requerem.
Senhores Professores, Instrutores e restante pessoal que serve na Escola Naval,
O trabalho desenvolvido nesta Escola nos últimos anos tem sido profícuo e meritório. A Marinha depende de vós para garantir o seu futuro porque são as vossas mãos que moldam os alunos que um dia estarão à fre
Senhor Almirante Comandante da Escola Naval,
O futuro da Marinha constrói-se com pessoas bem preparadas, motivadas e aptas para servir no mar e a partir daí contribuírem para a segurança, progresso e desenvolvimento de um País que tem o mar no seu ADN.
Conto com a sua capacidade de liderança, com a sua inteligência, com as sua ideias e com a sua ponderação para o conseguir!
Boa sorte Senhor Almirante.

3 comentários:

Manel disse...

Gostaria, em primeiro lugar, de o felicitar pelo blogue que mantém online, com variada e interessante informação.

Sou um jovem investigador do Observatório do Mar dos Açores, dedicado à história da caça à baleia nas ilhas dos Açores e Madeira. De momento estou em Lisboa, para um período de investigação nos Arquivos nacionais, que constitui a base para a tese de Mestrado que apresentarei em 2013: Indústria baleeira nos Açores e Madeira: a acção do Grémio dos Armadores da Pesca da Baleia (1945-1974).

Além da pesquisa em Arquivos, estou neste momento a localizar as pessoas que poderão vir a dar importantes testemunhos orais sobre o funcionamento do Grémio dos Armadores da Pesca da Baleia. Neste sentido, o sr. Almirante António Carlos Fuzeta da Ponte, como adjunto do Delegado de Governo para os Organismos da Pesca, parece (segundo as fontes consultadas) ter tido uma participação importante junto deste orgão, particularmente nos finais dos anos 60.

Não tenho forma de contactar o sr. Almirante Fuzeta da Ponte, nem conheço os seus familiares, mas gostaria de lhe perguntar se me poderia auxiliar a entrar em contacto com o sr. Almirante, ou os seus familiares, pois, segundo li no seu blogue, é seu conhecido ou amigo.

Fico muito agradecido pela sua colaboração. Com os melhores cumprimentos,

Francisco Henriques

Manel disse...

Será que algum Amigo ou Camarada poderá fazer chegar este comentário ao Senhor Almirante Fuzeta da Ponte?

Manel disse...


franciscomaiahenriques@gmail.com

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